sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

POESIA - A SOMA DE DOIS BOTÕES - THIAGO LUCARINI



A roseira vendo o inverno chegar
Sobre os teus botões tremeu de medo.

Sabia ela que eles logo adoeceriam
Devido ao frio abundante e nocivo

A toda forma de delicadeza e beleza,
Que não fosse feita do original glacial.

Durante o dia percebeu que um dos teus
Rebentos fraquejava, vacilava e escurecia.

Preocupada, a roseira esperou a noite gélida
Banhada pela luz da lua, e quando, o botão

Ferido pelo frio estava prestes a dar seu último suspiro,
A roseira o fundiu a outro dos teus filhos absolutos,

E fez da soma de dois botões, nascer uma nova rosa
De cores tão distintas, que abalou todo o inverno duro.

Aquela destemida roseira o inverno nunca mais tocou.
Dizem que a rosa feita daquele sacrifício nunca murchou,

Que continuou impecável, mesmo depois que sua mãe morreu,
Tornando-se um símbolo perpétuo da resistência em tempos difíceis.

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