sexta-feira, 10 de junho de 2016

POESIA - SUPLICANTE - THIAGO LUCARINI

Suplicante andante
Pelos vales da desolação
Sôfrego e ressequido, clama:

“Um pouco de água,
um pedaço de pão,
um tanto de fé.”

Suplicante mendicante
Quer matar a fome e a sede
Daquilo que não construiu, e clama:

“Um pouco de bondade,
um tantinho de boa vontade,
que dos Céus advenha piedade.”

Suplicante errante
Pedindo, pedindo
Ajoelhado no chão de duras farpas, clama:

“Que eu possa viver, ó Pai,
livre deste castigo. Se assim não for
cale agora e derradeiramente minhas súplicas.”

O Céu, enfim, responde:

“Suplicante, suplicante, suplicante
só sabes pedir e insistir, chega então o fim.
Apelo este que facilmente posso atender.”

E cessou todo o clamor do suplicante.

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