sexta-feira, 10 de junho de 2016

POESIA - PUDICO - THIAGO LUCARINI

Pudico halo
De santidade
E de haustos
Sacros advindos
Do hálito do céu
Para o meu insaciável
Interior subjetivo.

Eu pudico feito
As castas contas do rosário,
Os campos de trigo dourado
Do outono pré-invernal
A matar a fome do corpo
De sacralidade e pureza.

Todavia ao final do dia
Paira sobre mim a sombra,
O ruflar da revoada de corvos,
O corpo do pecado faminto,
Itinerante, belicoso negro.

Os corvos devoram um tanto
Das espigas de trigo maduro,
Porém não podem acabar
Com toda a plantação pudica de mim,
Sigo puro mesmo que incompleto.

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