sexta-feira, 3 de junho de 2016

POESIA - INOMINÁVEL - THIAGO LUCARINI

O céu se parte ao meio
Despejando desgraças sólidas

Estende-se o véu de corrupção
Sobre a minha coroa embaçada

Caem os haustos e halos de pureza
A mancha verte sobre todo o corpo

As labaredas inchadas lambem a cultura
Dentro de mim destruindo quem sou,

Tirando de sobre o fardo acumulado
Toda a substancialidade adquirida em vida.

Anjos e demônios travam o último embate
Atrás dos meus olhos plúmbeos de chuva.

Não há trigo nos campos nem amor no coração,
Porém há fome em todos os estágios e sentidos

O humano, um homem, eu inominável,
Padeço nesta batalha sem ganhos ou louros.

Só os cacos caem do firmamento cortando a carne
O sangue flui de mim formando rios sujos de desolação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário