Todo o passado está enterrado
Atrás das pálpebras dos meus olhos.
No centro das íris, no cerne das pupilas.
Ali, e tão-somente ali, posso encontrar
Tudo aquilo que um dia fui ou os resquícios
Que respingam o meu andar torto e sem gracejo.
As abertas janelas da alma são também as portas
Que encerram o que já passou, não há epitáfio, nem
epifania,
Qualquer anunciação santa ou divina. Basta olhar no
espelho
Para deparar-me com tudo, com as lembranças de cada
dia.
Todos os acontecimentos, todos os sentimentos, toda a
vida,
Sepultam-se na incógnita das pupilas, a cova mais
perfeita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário