sexta-feira, 11 de novembro de 2016

POESIA - ELEGIA - THIAGO LUCARINI

Quando eu morrer
Enterre-me perto das flores,
Pois vestido de morte
Estarei com a boca muda
E com os dedos silenciados.
Na cova, eu junto à poesia.
Nós, mortos, não diremos adeus.

Um minuto triste; contemplação,
Chuva no fim da vida: elegia.
O luto vem a partir da morte instalada
Na carne fria e pálida.

Os pássaros silenciarão seu canto
(mudez de pena)
As borboletas se banharão no cinza
(sem cores)
Os vaga-lumes se apagarão
(mas sem morte)

Só eu morro
De amor,
Tristeza,
Alegria.
Por tudo
E por nada.

Sou caça na vida, poeta
De raízes e fardos esperando
Uma boa morte, um soneto
Em bela elegia divina ao humano.

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