A Sônia Elizabeth
Perdi a inocência ao evadir-me
Por sobre os muros do meu quintal.
Fiz meu êxodo pessoal, em busca de algo, pelo qual,
Viver, sentir, amar, mas tão longe, nada fez sentido.
Troquei as borboletas pelos vícios, as joaninhas pelas
desilusões,
Atas, jabuticabas, cocos, entre outros, por um deserto
mudo, de fome.
Descontente, porém mais maduro e sábio, voltei por
sobre o muro caído,
Caíram às resistências, a prepotência, a arrogância de
tempos primaveris.
Por sorte, cheguei a tempo, de ter e adubar a salvação
das coisas deixadas.
Ali no meu tenro jardim descuidado, tomado de mato,
plantei mudas de sol
Na tentativa de iluminar e resgatar
Meu quintal escuro e sintomático de abandono.
Na esperança de a boa luz afastar
Os maus sonhos, os maus agouros, o mal de mim.
Suor, força bruta, determinação, aragem, compostagem,
Aguar diariamente, replantio da delicadeza, cuidado e
zelo.
Os pequenos sóis germinados crescem rápido, sem
espantalho,
Mandando as trevas dos pesadelos para o além
indesejado
Em breve, terei um jardim iluminado, recomposto,
abençoado
Um quintal florido no cerne das cercas e muros, para o
qual, eu voltei.
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