sexta-feira, 11 de novembro de 2016

POESIA - INFELICIDADE - THIAGO LUCARINI

Minha alma azedou cedo
Encheu-se de amargor

Sem rutilância separatista
Do todo, virei farol abandonado

Sem utilidade, sem prestação
De auxílio à vida mundana.

Desprovido de luz, adiante
Vejo um mar de estrelas afogadas

E outras mais caindo do céu.
Anjos sem bondade e mortos despencam

Engrossando a sopa de desilusão.
Sendo o mar aos meus pés

Lágrimas deste farol vencido
Pela infelicidade. No orla de vidro moído

À flor d’água brota os destroços
Do meu coração. E neste caldo

De estrelas esquecidas e sem sorrisos
Desmorona a razão, toda a lógica de felicidade

Naufragados, nós vamos ao fundo
Ao abismo mais negro de todos. 

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