Vou me achar no tilintar
Das gotas de chuva na janela.
No seu canto de acalanto e prazer,
No regozijo da terra seca ao matar a sede.
Na noite chuvosa embalarei meus sonhos e anseios,
Líquido eu me desfarei em vontades e saudades
Para ser parte da orquestra das nuvens,
Mas quero ir ao alto, ser nuvem densa, pesada e negra
Quero ser nuvem farta e carregada de boa chuva,
Pois nuvens brancas não falam de chuva alguma
São apenas anunciação do que está por vir
E quero eu ser já, agora, desaguar na sua janela
Sendo teu conforto e alívio por toda uma noite
E na manhã seguinte poder te apresentar o céu límpido
Num sorriso matinal, claro e límpido
Sem qualquer sinal de turvação vacilante.
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