quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

POESIA - RIGOR MORTIS - THIAGO LUCARINI

Sou de um tempo
Onde a carne é mais mole
A preguiça e o tédio são mais presentes.
Nascemos cozidos, tenros e insossos
Não endurecemos as linhas da luz
Somos terra quase infértil
De poucas intempéries,
Nossas plantas são rasteiras
Precisam de apoio baixo,
Pois têm a languidez de crescer pro alto.
Este tempo ocioso gera carne mole
Gado de fácil abate
Sequer temos na morte
Rigor mortis, afinal
Não houve em tempo algum
Rigor qualquer.

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