No início o amor
É feito queijo em produção.
O coração vai juntando
Os coágulos ilhados de felicidade
E aglomerando-os em unidade sistemática
Até formar uma massa uniforme.
Neste estágio de maior umidade
Devido ao soro o amor é de fácil perda,
Pois não tem muita estrutura
E a assepsia do receptor coração e suas mãos
Pode ser um tanto duvidosa.
Com sabedoria e o com avançar do tempo
O queijo sob precisa e cuidadosa pressão
Vai livrando-se do exsudato de instabilidade
Dando densidade e compactando os buracos internos,
Possíveis causas de uma dolorosa ruína em si mesmo.
Desta forma, o amor em deliciosa e paciente cura
Solidifica-se, porém mantendo imprescindível maciez
E cremosidade, tornando-se mais resistente e refinado.
Os sabores acentuam-se e a deterioração
Passa a ser pouco provável de ocorrer.
O amor, uma mesa, um vinho,
A vida em degustação perfeita.
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