sexta-feira, 3 de março de 2017

POESIA - VIÚVA BRANCA - THIAGO LUCARINI




Teceu o luto nos fios
Do fim a branca viúva.

Vestiu o véu da invisibilidade,
Mastigou as flores em busca

Dos aromas e sabores
Nunca experimentados,

E que aos pés do caixão
Parecem tão somente distantes.

Viúva branca de falácias vãs,
Guarda-chuva, guarda-solidão,

Guarda o amor de anos não passados.
Voto cumprindo, aliança quebrada,

O morto arrepende-se de morrer.
Sepultado, o homem falido consagra

A distopia da mulher deixada, intocada,
À beira da morte, à margem da vida para se tocar.

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