segunda-feira, 13 de março de 2017

POESIA - GOSTO AZUL - THIAGO LUCARINI



Acordei com um gosto azul na boca
Lembrança da noite em que chorei

Até o céu tornar-se claro novamente
E do limiar dos seus olhos nascer

O sol para incendiar minha pele fria,
Fazer o orvalho secar do meu horizonte.

Passei café, tomei, mas o gosto azul
Não saiu de mim, pregou na língua,

Pois era um ato de fé acreditar
Em todas as imensidões feitas de azul.

Nenhuma outra cor pareceu-me
Tão somente mais saborosa ou peculiar.

Poderia experimentar o vermelho das rosas,
O branco dos lírios, o verde do pomar,

Todavia, quero morrer com este
Gosto azul de tanto sonhar o melhor.

03/03/2017

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