quarta-feira, 5 de abril de 2017

POESIA - SEM OSSOS - THIAGO LUCARINI



Talvez, muito em breve
A minha coragem vacile.

E desencorajado e sem ossos
Não possa seguir com o levante,

Pois as maravilhas dos jardins
Estarão plenamente escondidas.

As árvores deixarão as folhas irem,
Os ninhos escorrerão pelos ganhos,

As flores seguirão num suicídio marcescível,
E quando a nudez cobrir o mundo estarei eu

Igualmente envolvido num sonho de fracasso.
Inverno rigoroso cobrirá corpos inteiros e silêncios plenos

Somente e tão somente o nada reinará absoluto
E ali, não haverá diferença entre humanos e coisas.

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