A chuva fiandeira
Enquanto cai do infinito
Fica a bordar com sutileza
Gotas sorridentes e límpidas
Nos fios lisos dos varais,
Nos arranjos das cercas,
Nas folhas dos jardins
Nos revoltosos cabelos meus.
Vai a chuva a compor
Obras de arte líquida,
A por joias cristalinas
Em orelhas invisíveis.
Vai a chuva a fiar, fiar
Um bordado de brevidade,
Que pela espontânea beleza
Fixa-se no olhar de eternidade.
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