Plantei
um campo de flores de papel
Num
prado de nuvens ilusórias.
Minhas
flores fantasiosas
Têm
o cheiro de livro novo
Sabor
de tenro brigadeiro
Brilham
amarelas e brancas
E
têm a mordaz acidez de um vespeiro.
Porém,
estas flores raras e falsas, se revelaram
Estéreis,
assim como toda mentira bem feita.
Tomado
de fúria taquei gasolina
Em
Babacã. Com meus dedos débeis
Acendi
o fósforo da revelação e deixei-o cair
Incendiei
meu campo de frágeis flores de papel
As
nuvens ilusórias se encharcaram
De
decepção. Levadas pelo fogo
Choveram
cinzas sobre mim.
Fora
extinto meu campo de flores de papel.
Hoje,
aprecio, com calma engrossada
A
graça da beleza transitória, animada.
De
eterno fico apenas com o pensamento.
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