Júlia encarou-se no
espelho, apalpando a barriga como tantas outras vezes.
— Amor, não há nada
dentro de você.
Independente do que
Agenor dissesse ou os médicos e seus exames falhos, Júlia sabia que tinha algo
dentro dela, crescendo, expandindo-se. Não era um bebê. Era algo mais,
inexplicável, fora da realidade.
Tateou sua carne
morna um pouco mais.
Agenor a observava,
descrente.
— Eu não estou louca
— retrucou.
Já à mesa, Júlia
tomava seu café em silêncio, Agenor mexia no celular. De repente, ela sentiu
aquela coisa andar por baixo da sua pele. Sem pensar, pegou uma faca de serra
que havia deixado próxima.
— Te peguei,
desgraçado. — Berrou Júlia, enfiando a faca na própria barriga.
Agenor correu para
socorrê-la e em meio ao sangue, ele viu parte de algo não humano que Júlia
acertou.
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