Welton viu seu corpo
estirado na cama, sem movimento. Era assustador. Bateu as mãos no rosto para
ver se acordava daquele pesadelo, mas foi em vão. Andou de um lado para o
outro, fritou na tentativa de despertar sua esposa, tocou-a, inútil. Até que
sem mais o que fazer, Welton chorou. Ele não tinha acesso ao seu corpo, não
sabia o porquê daquilo. Nada assim tinha lhe ocorrido antes. Não recordava de
nenhuma ruptura, dor, passagem. Lá fora, o sol despontava esplendoroso. O
alarme tocou. Elis, sua esposa, espreguiçou-se e beijou a bochecha do marido.
No entanto, para o espanto de Welton, seu corpo, habitado por outra coisa, que
não era ele, abriu os olhos e disse:
— Bom dia, amor.
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