domingo, 6 de agosto de 2017

POESIA - UMA AFRODITE MASCULINA - THIAGO LUCARINI

Das rotineiras espumas das ondas, 
Entre areia, algas e conchas de nácar 

Surgiu uma tenra Afrodite masculina
Para ferir aos brutos a sensível retina. 

Por que não? À livre imaginação 
Tudo se permite nada desiste

Tudo persiste além do incômodo. 
Saído do equóreo mar deitou-se

Sobre os escombros da areia 
Parte do seu velho útero e lar

E esperou pelo amor a secar-se
Sob o sol daquele antigo limiar. 

Passaram-se dias, noites, tempo, porém 
Taxado pelo nascimento de plágio e gênero 

Negaram-lhe as criaturas, o amor, 
Fora do Paraíso prometido voltou

Esquecido ás ondas, seu Éden salgado e se desfez.
Regressou ao pó em suspensão, do qual, originou-se.

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