terça-feira, 21 de novembro de 2017

POESIA - PRIMEIRA LÁPIDE - THIAGO LUCARINI

Calei-me tantas vezes
Na noite pueril do meu coração
Que perdi todas as palavras de mim
Estas nada significam no leito morno do dia
Eram pedras imóveis, sem gosto, inanimadas,
Sem sopro, sem vida, um conjunto de nada mais.
Eram filhas da mudez, do despropósito de um ideal
Soterrado em apagamento e diminuição.
As palavras foram à primeira coisa essencial
Que morreu em mim, sendo a língua,
Igualmente minha primeira lápide metafórica. 

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