quinta-feira, 2 de novembro de 2017

POESIA - O SONO E A MORTE - THIAGO LUCARINI


A Morte é irmã do Sono, não é?
Oscar Wilde

Pousa, o Sono, suas asas
Sobre o berço inicial.

Pousa, a Morte, suas asas
Sobre a barca do além inaugural.

O sono, por vezes,
Confunde-se com a morte.

O inverso também ocorre
Lapsos de memória da morte.

São amantes desde os primórdios.
Complementos universais, sacrais,

Não se sabe quem veio primeiro,
Porém é certo que estão a vagar

Pela face da vida desde sempre,
Sendo ambos destinação aos vivos.

A singular diferença entre Sono e Morte
É que o sono gera os sonhos; camafeus da vida.

E a morte, quase sempre, é um pesadelo
Em frios atos. Os mortos e os vivos dormem

Silenciosos, no embalo único, de cada qual.
Sono e Morte seguem sem qualquer descanso.

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