Olhar-se no espelho
E calar-se ante a aparição
Das mutabilidades do eu.
Bom mau feio bonito
Caridoso invejoso amoroso
Tantos outros, tudo sou.
A mim compete lapidar
Porém não extinguir de todo
É lícito e precioso ser vário.
Os olhos clamam agouro,
O corpo é fantasma exposto,
De carne e osso, nada translúcido.
A entidade que a identidade
Me oferece é variável, diária,
De doçuras e penúrias múltiplas
E o espelho é lápide sem epitáfio.
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