Ceder é uma via de mão dupla.
Quando apenas um lado cede
Trata-se de estupidez, medo ou cega dependência.
Ceder deve ser um ato em benefício de dois ou mais,
Porém uma ação unilateral é tão somente negativa.
Ceder para calar não é ceder, é trégua
Ceder para evitar brigar não é ceder, é desistência
Ceder sonhos pessoais não é ceder, é morte do eu
Ceder só ao outro não é ceder, é burrice.
Ceder é para crescimento, nunca redução
Ceder é dividir o pão para matar a fome
É compartilhar a água para saciar a sede
É tornar tangíveis sonhos mútuos e íntimos
É somar as costas no carregar do peso do mundo
É doar o tempo mesmo nas distâncias e dores
É ramificar o amor para compor um jardim mais bonito.
Não há jardim que resista a poda coercitiva e abusiva
Ou flor que permaneça forte ante a seca da reciprocidade.
O vulgo “amor” que isola é cárcere
Ceder aqui é crime contra si
E com pena de solidão perpétua.
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