Tive toda a sua menosprezável
Estética e falida audiência errática.
Observava-me como se eu fosse
A suprema arte aos teus olhos inocentes,
Quando eu não passava de similitude
Ao engano, a falsidade e ao bizarro.
Era eu, apóetico vulgar e sem compaixão.
Não era imagético de nada além do vazio.
Estava mais para uma camisinha cheia
Atirada no canto de um quarto descartável,
Toda a vida presa numa redoma de plástico.
Dali, de mim, nada pode nascer, crescer.
Sou uma peça de mostruário, exposto
Monstro poeirento de brechó, puro Freak Déco.
Deus sabe que eu tentei ser melhor, porém
De tanto horror feri teus olhos com cegueira.
Fama é a glória sobre a miséria dos outros.
Quanto mais olhos arranco mais belo fico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário