sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

POESIA - CHIQUEIRO - THIAGO LUCARINI



Do maldito ofício da recusa,
De viver pela risória desculpa,

Vou entulhando meu coração
Das velhas coisas mundanas e imundas.

Caíram as paredes deste templo traiçoeiro,
Deste corpo pertencente as suas vontades,

Crescem os buracos, os rastros maculados
Pela lama atirada pelos sádicos moralistas.

Culpado confesso, pago a sentença de ir contra
As engrenagens do desejo social aceitável.

Meu Paraíso parece demais com o inferno
Para ter qualquer santidade em suas paredes azuis.

No fim, aquele que faz do coração, chiqueiro,
Precisa se acostumar a comer a lavagem jogada.

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