Do maldito ofício da recusa,
De viver pela risória desculpa,
Vou entulhando meu coração
Das velhas coisas mundanas e imundas.
Caíram as paredes deste templo traiçoeiro,
Deste corpo pertencente as suas vontades,
Crescem os buracos, os rastros maculados
Pela lama atirada pelos sádicos moralistas.
Culpado confesso, pago a sentença de ir contra
As engrenagens do desejo social aceitável.
Meu Paraíso parece demais com o inferno
Para ter qualquer santidade em suas paredes azuis.
No fim, aquele que faz do coração, chiqueiro,
Precisa se acostumar a comer a lavagem jogada.
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