sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

POESIA - A CECÍLIA MEIRELES - THIAGO LUCARINI

Querida Cecília, desculpe a minha pretensa intimidade,
Mas quis eu aprender contigo o sacro Exercício

De compor boa poesia, bem ou mal, eu aprendi.
Não que venha este aprender incerto a ser falha do teu ensino

Que, por sinal, foi-me riquíssimo e santificador,
Porém não cheguei a ser um pastor de nuvens,

Devido a tua eloquente supremacia das dores e delícias,
Em gerar por diversos partos tão somente belas poesias.

Eu estive levianamente contando Os Mortos
E todos os motivos de uma rosa decidida

Para assim, eu não descer à sepultura.
Não tive nenhum Motivo exato para isso.

A poesia simplesmente me bateu e arrebatou,
Pois esta é um infinito Mar Absoluto de quereres.

Mar este que não quero vencer seja Noite
Ou um Afogado Dia de Chuva fria e insípida.

Obrigado querida Cecília, de tudo a tudo.
Vou-me a fazer poesia, Elegia a uma pequena borboleta, grande mulher, poetisa.

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