Lembro-me daquela noite
Tão somente perfeitamente.
Lembro-me que incendiei
As nuvens do meu Paraíso estático,
E enquanto o céu feito muro desabava
Numa chuva sacra de fogo ilusório
Eu dançava destemido e selvagem
Naquele fogo de reconstrução do significado
De todo o meu mundo. Fora um momento místico
Gerado pelo embalo do corpo. Assim que o céu
Se desfez completamente parei de dançar
E contemplei as distantes estrelas da noite,
Sem qualquer outro empecilho além do olho.
Em segredo, foi a vez das estrelas dançarem para mim.
Aquilo foi a minha anunciação divina, meu julgamento,
Cedida absolvição própria a partir do Paraíso refeito.
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