sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

POESIA - A FIGUEIRA - THIAGO LUCARINI



À beira do tortuoso caminho
Uma insigne figueira
Floresceu alva e soberana.
Fecundadas pelo milagre as flores
Geraram frutos de sabedoria.

Um homem faminto e egoísta
Ao passar, por ali,
E ver os figos maduros
Não se deteve e se fartou.
Empanturrado, seguiu sua senda
Morrendo pouco depois.

Noutro dia, outro homem
Passou por aquelas bandas da figueira
Viu os figos maduros e suculentos
Estava com fome, mas lembrou-se
Dos seus irmãos que padeciam do mesmo mal.
Poderia muito bem tê-los comido sozinho,
Contudo, colheu os frutos em sua capanga
E levou-os para sua desprivilegiada casa,
Repartindo os figos entre todos.

O homem ao calar sua sofreguidão
Não só presenteou o estômago
Como também ganhou enorme sabedoria.
Ele nunca mais sentiu fome.

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