Há algumas eternidades, das quais,
Não devemos nunca falar
Deixar de lado estas horas líquidas passadas
Depostas pelos relógios e atiradas goela abaixo.
Há um botão de roupa perdido
Há um botão de rosa ferido
Há o meu coração partido.
Há o meu coração partido.
Coroas e corvos caem. Temporal de agulhas-ponteiros
É a todo instante vivente, crianças, anjos me rodeiam,
Gigantes demônios oníricos também. Sigo com um cristal
De gelo enigmático derretendo na boca ferida de aftas
E uma primavera mantida adormecida no coração.
E assim, as eternidades vão compondo a trama,
O fino tecido do drama de todas as palavras de horas inconfessas.
Paira sobre mim o halo da auréola nupcial de aleluias frescas e tontas
Saídas de depois de a chuva do imagético fim de tarde em colônia
Onde quem pousa no horizonte espelhado é a lua em crescente festim.
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