Feito um peixe ingênuo e faminto
Que desatento engole o anzol,
A linha e a chumbada pesada
É o coração que distraído morde
A suculenta isca posta pelo amor.
Certamente enquanto não fisgado
O peixe sem ser extraído da água
Terá a sensação de plena saciedade,
Porém este sempre estará preso
A uma força maior incontrolável
E coaduna a plenitude episódica
Residirá a preocupação constante
De o anzol de aço frio ser puxado,
Ser vômito contrário rasgando tudo,
Deixando para trás em tragédia amarga
(sem morte imbricada)
Um estômago ferido
(num casulo de escamas de nácar)
Ou um coração eviscerado
(num casulo fechado, porém trincado).
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