quarta-feira, 11 de outubro de 2017

POESIA - PÉS AFOGADOS - THIAGO LUCARINI

Os pés
Que se afogam
Em lama são
Penitentes do caminho.
O barro mole
Bebido entre os dedos
Causa frieiras
Agonia derradeira
Quando enfim endurece
A alma dos pés padece
Solidificam-se os passos
Caixão de barro
Cai o templo
(cova)
O tempo da palavra
(corpo)
Estagna-se a jornada
(lápide)

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