terça-feira, 17 de outubro de 2017

POESIA - O GERÚNDIO DO AGORA - THIAGO LUCARINI

A soma de todos os ontens
Mais os infinitos amanhãs
Resulta no insubstancial agora.

O agora é um tempo gerúndio.
Portanto nunca é, pois está sendo sempre
Não cabe na hora, minuto ou segundo.
Antes mesmo de o final da pronúncia
Já deixou de ser, desprendeu-se do instante.
Cada sílaba é um pedaço de período ido
E não há afirmação que sustente seu presente.
Agora é um paradoxo não existente, feito de vácuo
Apesar de passarmos sobre ele, humano-sendo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário