A soma de todos os ontens
Mais os infinitos amanhãs
Resulta no insubstancial agora.
O agora é um tempo gerúndio.
Portanto nunca é, pois está sendo sempre
Não cabe na hora, minuto ou segundo.
Antes mesmo de o final da pronúncia
Já deixou de ser, desprendeu-se do instante.
Cada sílaba é um pedaço de período ido
E não há afirmação que sustente seu presente.
Agora é um paradoxo não existente, feito de vácuo
Apesar de passarmos sobre ele, humano-sendo.
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