segunda-feira, 12 de junho de 2017

POESIA - VELÓRIO NO CAFÉ DA MANHÃ - THIAGO LUCARINI



Triste
O café
Abandonado
Sobre a mesa
De autopsia
Das migalhas
Do café da manhã.
Esfria o café
Lentamente
Perdendo
Seus últimos
Suspiros aromáticos.
Ali o café
É só um corpo
Líquido
Desmerecido,
Esquecido.
O café tem
Por terra vermelha,
O branco açúcar
Atirado pela colher
Que moveu
Seus instintos
Mais primitivos.
Em misericordiosa
Marcha fúnebre
Trajando em luto
O negror do café
Seguem deliciadas
As formigas
Para sorverem
O sangue frio
E coagulado
Dos ossos,
Da porcelana
Deixada.

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