segunda-feira, 12 de junho de 2017

POESIA - PULSOS ATADOS - THIAGO LUCARINI



Pulsos atados
Corda apertada
Dilacera a carne fraca.
Sou dolentemente arrastado
Por cavalos de ignorância.
             — morro —

Âncora jogada ao mar
Junto a ela afundo-me
No abismo intolerante dos afogados
Os vivos não têm pertencimento aqui
Neste buraco faminto e líquido.
             — morro —

Sou enforcado pelos pulsos
A morte não é minha
Vem apenas para estas mãos de poeta
Ao eu cabe apenas sofrer
Mudo e sem as mãos, que tanto
Sangraram a essência divina.
Mortas, enfim, encontram
A paz do silêncio retumbante.
             — morro —

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