Fui
uma boa alma
Formiga
operária
Trabalhando
em prol da colônia.
Mas
quis o destino funesto
Que
meu corpo fosse invadido
Muitas
orações, sem perdão.
Fungo
parasitário, maldito
—
Ophiocordyceps unilateralis —
Procuro
cantos escuros e frios
Sou
uma extensão involuntária e inerme do dominador
Sem
controle autônomo
Meus
pensamentos têm novo dono
Não
comando mais meu cérebro
Semente
do mal, esporos o infestam
Assim
como toda a minha carcaça.
Sou
comida de dentro para fora
Cadáver
ambulante
Zumbi
em germinação unilateral.
É
o fim, em poucos dias morro de fato,
Vencida,
sem vontade própria.
Como
presente de submissa formiga:
Cérebro
substrato. Ganho uma flor única,
Fúngica
que saí de dentro da minha cabeça.
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