Filho de cruel queimada
Sou cinza que voa alto,
Uma vez queimado não há
Altura que me salve deste não ser.
Deve haver algum céu
E em algum lugar deste
Anjos furta-cores que me ouvem.
Voo alto, disperso no vento,
De asas incendiadas e distorcidas,
Diluído no limbo do meio caminho
Em dura negritude só resta-me cair,
Desfazer-me no vermelho da terra baixa
Para de vez achar-me findo nalguma
Viva última cor longe da cinza palidez.
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