Os porcos espojando-se nas poças
Da virgindade reduzida à lama!
Augusto dos Anjos
A carne virginal entregue em parcelas de prazer
Flor e falo devassados, comidos pelo pecado.
Este corpo de sexo não pousará em santo adro,
Arrombado pela podridão perecerá em cela.
De amargas seivas, caldos e fluidos de orgasmo
Nutrem-se os subversivos. A prostituição arranca
As asas liriais dos sonhos da moça antes santa,
Vermes saem do corpo profano, templo do asno.
Sêmen preto deita no baixo ventre como piche
Embebendo a sarça ardente da Vênus e seu fetiche.
Sobre lambuzados corpos em danação pousam moscas
A devorar-lhes o pudor, pondo ovos nos teus orifícios.
Larvas gordas eclodem comendo em deleitoso ofício
Os putos gozados, estes sem o real gozo da não vendida alegria.
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