segunda-feira, 25 de setembro de 2017

POESIA - MAÇÃ PODRE - THIAGO LUCARINI

Das cinzas
Da tragédia e da miséria 
Ergo-me feito 
Verme oportunista,
Gordo me lambuzo
Em busca de asquerosas 
Asas talhadas na lama 
Da imoralidade coaduna
A escuridão de mim.
Meu amor
É um pedaço 
De maçã podre
Jogado à sarjeta.
Fomos nos apodrecendo
Cada qual, favorecendo
O pior lado do outro.
Aqui não há flores
Somente enterros
Para saciar a fome de carne 
No final da sua evolução.

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