Fui
colocado num pedestal
Jogado
nesta prisão perfeita
Aqui
as nuvens são de algodão
O
sol é eterno, não há noite
O
jardim uma pintura romântica dos deuses
Onde
suas flores vicejam cores, graça e vida.
Os
pássaros cantam em orquestra sublime
Nas
árvores frutíferas e abundantes.
Mas
apesar de tudo isso
Padeço
sem freio
Teço
sonhos estilhaçados
Sou
redundante.
Um
pedaço quebrado que destoa
Nesse
ludo engano dos olhos
Minha
alma definha desiludida
Em
impraticável beleza condenatória
Meu
Éden-inferno particular grotesco,
Queria
apenas uma caixa de fósforos
E
alguns litros de gasolina
Incendiaria
sem pestanejar
Todo
o meu paraíso estático
No
qual estou perdido.
Talvez,
somente as cinzas do fim
Possam
devolver minha torpe lucidez.
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