quarta-feira, 29 de abril de 2015

POESIA - NAIÁ, VITÓRIA-RÉGIA - THIAGO LUCARINI



Naiá, jovem índia, virgem
A olhar para o céu, e almejar
Jaci, deusa da lua, para ser filha sua.
Indiazinha cruzou vales e montanhas
Ignorando todos os avisos de cuidado
Em busca de sua soberana
Para estrela no firmamento virar.
Caminhadas longas e sem fim, Naiá
Não achou o que procurava.
Noite escura, mata fechada, a índia viu
O reflexo da sua desejada lua
Estampada nas águas do rio.
Destemida atirou-se ao encontro
Da sua amada senhora
Morrendo afogada.
Jaci, piedosa, chorou
Compadeceu-se do sacrifício da índia
Transformando-a numa estrela-flor:
Vitória-régia, única,
Nas águas serenas, a desabrochar
Nas noites sem fim, para a lua eterna.

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