segunda-feira, 13 de abril de 2015

POESIA - CALCINHA ÍNTIMA - PETER PIRES & THIAGO LUCARINI





Amiga íntima é a calcinha
Que não desfia, nem deixa linha
Suporta a mastigação da amiga nervosa
Sob efeito da TPM
E toda a sua melação sem fim
Pelo cara que está afim
Mesmo sendo abandonada
A própria sorte no orgasmo.
Calcinha poderosa
Vela o portal da criação
Armada em renda e sedução.
Papel de presente dos deuses
Embrulha o buraco onde o ganso se afogou.
Calcinha que aguenta solene
A seca fome, a juntar os lábios
O calor em erupção
Da sopa de salsicha masculina
Do forno preparatório de crianças
E mesmo a rebentação de sangue
De todo o mês, pobre calcinha
Aderente, além da amiga,
Aguenta o chato absorvente.
Entretanto, mais íntimo que a calcinha
É o depravado fio-dental
Passado nos dentes da luxúria
Da boca-bunda e que chega
Em lugares inimagináveis
Mas muito pensados
O que deixa a comadre ciumenta
E a cueca em polvorosa.

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