sábado, 18 de outubro de 2014

POESIA - SEMENTE DO PARAÍSO - PETER PIRES & THIAGO LUCARINI



Tique-taque, tique-taque,
O ponteiro gira,
À hora passa,
Cada segundo carrega em si um respirar.
O que é o tempo,
Se não a Mão de Deus,
Invencível, Inabalável,
Dádiva e punição,
Força primordial,
Semente do paraíso,
Único imortal,
Fiandeiro de promessas,
Que arrasta e leva,
Sonhos e pesares.
O tempo é areia,
Que vaga e serpenteia,
Pelas existências e,
Trabalha sem honorários,
Fio da navalha,
Gume da espada,
Onde todos nós dançaremos.
Regente da vida.
Ah, velho tempo,
Carcereiro e libertador de almas,
Pai e senhor de si mesmo.
Só ele tem o poder,
De me acolher e de acabar,
Com meus sonhos meus pesares,
Me libertando para a paz,
Chegou o tempo de parar no tempo,
Regressar ao lugar de onde vim,
Do Pó eu vim,
Ao pó regresso,
Se eu tive tudo que quis?
Talvez sim,
Talvez não,
Talvez tenha desperdiçado tempo,
Onde não deveria desperdiçar,
Mas vivi tudo que tinha que viver,
Tudo a seu tempo...
Tic, tic, tic,
O ponteiro parou,
A hora estagnou,
Meu último suspiro
Meu último minuto,
É tempo de ser acolhido,
Pelas mãos de Deus...

OBS:  O homem pode estar condicionado a vários deuses, mas somente um, nos tira um pedaço a cada dia: o Tempo, não existe aquele que não sofra seus efeitos ou não colha seus frutos, para o bem ou para o mal, ele é o senhor, é nossa Semente do Paraíso.

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