segunda-feira, 20 de outubro de 2014

POESIA - ROMEIRO DO ACASO - PETER PIRES & THIAGO LUCARINI



Meus pés não doem mais,
De espírito nômade,
Vagueando os trilhos da vida,
Sou viajante, romeiro,
Numa caminhada árdua,
Por vezes, sem rumo certo,
Em busca de um sonho,
Atravesso desertos áridos,
Campos floridos,
Paisagens deslumbrantes,
Outras degradantes,
Mas, com todos eles aprendo,
Cresço e floresço.
Busco campos e palácios,
Sementes e carvalhos,
Trazendo no cerne,
Incontáveis segredos e desejos,
Sou alma peregrina,
Viajante, errante, sonhadora,
Carrego apenas uma pequena mala,
Chamada: coração.
Caminho sob chuva e sol,
Sigo a trajetória definida,
Pelo acaso,
O tempo e vento,
São meus companheiros,
Um me dá sabedoria,
O outro bagunça os meus cabelos,
Sou assim, indomável,
Em minha peregrinação,
Pela existência.
O meu Sopro Divino,
Foi andante, caminhante,
Pelas quatro direções,
Sem fixar raízes,
Sigo a procura de amizades,
Anseios e amores,
Mesmo com pés cansados,
Não desisto,
Pois a cada passo dado,
Sei que posso encontrar,
Uma nova aventura,
Uma flor,
Um amigo.
Um santuário,
Talvez Deus seja aventureiro.
Sei que a estagnação me entristece,
Deixo a quietude para a morte.
Bem, tá na hora,
Vou caminhando,
Sem rumo e paradeiro.
Meu endereço?
O mundo.

OBS: 

Quem nunca quis viajar? Andar sem rumo e direção, a alma humana é viajante, peregrina das direções, os pés até podem vacilar, mas o desejo de seguir adiante, não terminará nunca, todos nós somos de alguma forma Romeiros do Acaso.

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