terça-feira, 28 de outubro de 2014

POESIA - A NOTÁVEL - PETER PIRES & THIAGO LUCARINI

Pelos cantos e,
Desencantos da vida,
Paira a solidão,
A olhar-me,
E envolver-me,
Nos teus frígidos braços,
Fantasma da meia-noite,
Sombra do meio-dia,
Visita-me constantemente,
Mas, indelicada,
Não traz flores.
Nas noites,
Em cama vazia,
Sempre ao meu lado,
Na minha casa abandonada,
Acima dos ombros.
Solidão companheira,
Sua presença é a única,
E confesso,
Às vezes me satisfaz,
Basta-me tê-la,
Afinal, toda amante tem defeitos,
Assim como tenho os meus.
A solidão nem é tão má assim,
Ela nunca me decepciona,
Nem tão pouco me abandona,
Ela cura e sara,
Todas as minhas cicatrizes,
Ela me protege de multidão,
Carregados de falsos sorrisos,
Onde ninguém vê; ninguém,
Não faz criar ilusões,
Nem tão pouco paixões surrealistas,
Quem pudera aprisionar a minha alma,
O meu amor se a solidão,
É a minha fiel e única companheira,
A ela me entrego por completo,
Sejamos um só, eu e você, solidão,
Sirvo-nos,
Com uma taça de pranto e,
Brindemos a agregação,
Da solidão com o meu eu.
Venha, junte-se a nós,
Não exigimos nada demais,
Apenas uma vida e,

Uma dose de sobriedade.

OBS: Nos recôncavos da alma, ela se esconde, perene e bela, a notável da vida, solidão.

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