quarta-feira, 19 de novembro de 2014

POESIA - SOL ADORMECIDO - PETER PIRES & THIAGO LUCARINI



Fatalmente moralista,
O padre vestiu a batina e,
Incendiou-a no pecado,
Todavia, saiu ileso,
Afinal é um Santo Homem.
Eu por outro lado,
Sou falho, feito em pedaços,
Como um pequeno sol adormecido,
Buscando seu brilho,
No horizonte infinito,
Ah Deus! Salve-me,
Leve de mim todo o mal,
O fardo,
Não deixe que minha cruz,
Envergue minhas costas,
Não me abandone a sorte da sepultura,
Permita-me refletir o meu melhor,
Desperte sol adormecido,
Não seja um fantasma agourento,
A arrastar a unha grosseira,
Na alma trincada.
Nuvens negras tristes me cercam,
Não vou aceitar que estou ,
Destruído,
Irrecuperável ,
Ainda não estou totalmente perdido.
Preciso me reerguer,
Juntar cada pedaço meu ,
Fazer renascer em mim,
Um, outro ser,
Numa alma renovada,
O tempo urge!
Serei eu capaz?
De alcançar a porção de sol que eu mereço?
Brotará de mim esse meu sol?
Essa luz,
Esse calor,
Essa vida ,
Que tanto quero alcançar?
Não irei parar de lutar,
Até conseguir,
Não irei parar,
Fintarei minha morte precoce,
Essa morte que mata,
Mas nos deixa vivos,
Cambaleando,
Nos trilhos da vida,
Sem sentido,
Sem propósito,
Vivo mas morto,
Interiormente.

 OBS: A busca existencial é uma procura intermintente; sonhos e decepção nos cercam como um oceano profundo, mas o que faz tudo isso valer a pena? Quando encontraremos nosso sol adormecido e despertaremos com ser único e brilhante?

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