Gente
que ama e condena
Pela
simples cor da pele
Como
se ela determinasse índole
O
tom é um dom.
Gente
que me odeia
Ou
me respeita pela minha fé,
Como
se Deus fosse múltiplos e,
A
crença alheia um pecado imperdoável,
Gente
que me odeia por minha idade
Como
se velhice
Fosse
sinônimo de inutilidade.
Gente
que me ignora pela nacionalidade,
Caráter
ou sinceridade.
Só
sei que o amor
Dentro do meu peito
Deveria
ser mais importante do que
‘com
quem me deito’
Desde
que aja amor,
Ele
ou ela não tem distinção.
Gente
que põe entraves no meu caminho
Impedindo-me
de crescer, e
Encontrar
minhas flores.
Não
é fácil agradar a todos,
Nem
isso eu pretendo,
A
única coisa que desejo
Chama-se
respeito e,
Ter
o direito de viver
Como
eu bem entender
Sem
nada dever
Seja
eu como for.
A
você que me condena
Tenho
uma pergunta a fazer
Ama
quem afinal?
O
falso, a mentira, o fantasma?
O
mito de perfeição?
A
pessoa ou sua representação?
Não
me torne um renegado, fora da lei,
Por
sua insensibilidade afetiva.
Sempre
existirão aqueles a implicar
Por
ter: sardas, usar óculos
Por
ser: branco, preto, índio, estrangeiro,
Gordo,
homossexual, casado, solteiro,
Pobre,
feio, velho, santo ou pecador.
Temos
a bênção de sermos únicos,
Porque
então da padronização imposta,
Como
se fôssemos peças,
Em
escala industrial,
Esquecemos
que o maquinário humano,
Está
quebrado e,
Portanto,
não faz dois seres iguais.
Tiram-se
as virtudes e defeitos
Sobra:
o humano.
Precisamos
apenas lembrar
Que
a poética da vida
Reside
na diferença e
Que
cada um
Precisa
se achar verdadeiramente
Embaixo
da própria pele.
NOTA: Num
tempo onde ser diferente é feio precisamos achar nosso próprio caminho de
aceitação e coragem dentro do Maquinário Humano.