Não reconheceram nenhuma
construção ou presença de humanos. Idê com 12 anos e Arlete com 3, tinham ido
dormir na noite passada, cada uma em sua cama, e simplesmente, haviam acordado numa
ilha deserta. As irmãs estavam à beira-mar numa região de relva baixa, e pouco
a frente, uma densa floresta se erguia recostada a montanhas escarpadas. Andaram
pela orla até perto do meio-dia, escutaram o sibilar de cobras, tudo as
assustavam, não acharam água potável, o sol as castigava, suas barrigas
roncavam. Idê viu lágrimas silenciosas descer pelo rosto da irmã. Um estrondo. Levantaram-se
e olharam rumo ao barulho. Poderia ser ajuda. Ilusão. Viram árvores caírem
dentro da selva como se fosse gravetos, pássaros voaram em debandada, a terra
tremia. Algo grande vinha de encontro a elas. Arlete e Idê se abraçaram e
fecharam os olhos.
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