Deise e Daniela não sabiam
o que era andar nas ruas sem proteção, aquela parafernália de astronautas
cedida pelo governo. Viam as notícias sobre o ‘derretimento’ e que só dentro de
casa era seguro, graças ao equipamento de purificação do ar. A guerra nuclear
alterou para sempre a atmosfera terrestre, tornando-a corrosiva para os humanos.
Porém, para as gêmeas de oito anos, a linha entre fantasia e realidade era bem
tênue. Daniela convenceu Deise, de que tudo aquilo não passava de superproteção
dos pais, pois nunca tinha visto, ao vivo, alguém derreter. Daniela era uma
negacionista dos fatos. Infiltrada com as ideias da irmã, Deise cedeu ao plano.
Ao final daquela tarde, foram para o jardim, ambas saíram de casa com os trajes
de segurança. Daniela encarou a irmã: “Pronta?” Deise fez um gesto de positivo
e levantou o capacete, automaticamente, a garota começou a derreter aos gritos,
seu corpo virou uma poça de pus aos pés de Daniela que não se abalou, pois ela
podia até ser contrária, mas não era burra o bastante para se expor primeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário