Sua unha encravada e
inflamada, latejava, deixando Leandro naquele estado semiconsciente do sono.
Achou estar delirando quando começou a ouvir o tec-tec de um cortador de
unha. Pensou ser só o anseio pelo alívio. Simultaneamente, o peso de algo
afundou seu colchão, Leandro abriu os olhos e o seu choque foi tamanho que o
imobilizou. Ele estava entre as patas de uma besta, que se parecia um cão, mas
que no lugar da boca, possuía as lâminas angulosas e curvas de um cortador de
unha, da base da sua nuca saía uma alavanca metálica que sozinha, descia e
subia, provocando o tec-tec. O monstro farejou o ar até a unha encravada
cheia de pus na mão direita de Leandro e colocou o dedão entre suas lâminas e
com um tec, decepou o dedo, saboreando-o, enquanto menino agonizava aos
berros, paralisado pela opressão da besta infernal. Logo o Cortador passou para
o próximo dedo, e seria assim, até o último.
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