Copiosas lágrimas desciam
pelo rosto de camafeu de Juliane. De joelhos, ela orava por absolvição, como
uma fiel ansiava estar livre dos seus pecados, de toda a dor que causou,
suplicava a Deus com fervor por uma chance de se provar justa mais uma vez.
Juliane elevou sua voz celeste em comoção aos Céus, seu coração seguia o ritmo
de sua prece melodiosa. Todo o seu ser clamava por redenção. Esperava um sinal,
boa vontade suprema. Não erraria outra vez, não poderia, não queria passar por
aquilo de novo, a eternidade era traiçoeira e escorregadia. Não sabia se o seu
arrependimento seria o suficiente depois de tudo. Juliane estava convicta da
bondade do seu Senhor, mas Ele não era tolo. A trombeta do tribunal soou. Veredicto:
culpada. Juliane perdeu suas asas e graça e foi arremessada contra a face da
Terra, quebrando todas as suas mentiras. Depois de ser extirpada do seio da
glória, caminhou por aquele antro de perdidos e impuros, aonde, tantas vezes,
veio para exterminar humanos antes mesmo de esses saírem do ventre.
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